terça-feira, 10 de julho de 2012

Capitais brasileiras ultrapassam limite de poluição da OMS


Seis cidades do país têm poluentes acima da média, diz estudo da USP

João Varella, do R7

Estudo da USP (Universidade de São Paulo) que projeta 14 mil mortes por causa do atraso na implementação do chamado combustível mais limpo, que emite menos partículas poluentes na atmosfera, mostra que Porto Alegre, Rio de Janeiro, Recife, Belo Horizonte, Curitiba e, principalmente, São Paulo, têm poluição acima do limite estabelecido pela OMS (Organização Mundial de Saúde).

A OMS recomenda que a média de concentração de material particulado fino - que mede cerca de 0,0025 mm - não passe de 10 microgramas por metro cúbico. Ao longo do dia e das estações do ano, a concentração varia. De acordo com critérios da organização, o pico não pode ultrapassar 25 microgramas por metro cúbico.Nenhuma das seis cidades pesquisadas fica abaixo da média. São Paulo tem média acima da oscilação máxima estipulada pela OMS. Veja o quadro abaixo:


Consequências
De acordo com o estudo da USP realizado a pedido do Ministério da Saúde, as 14 mil mortes se dariam em decorrência da poluição do ar que causa problemas respiratórios - principalmente em crianças e idosos -, cardíacos e pode provocar câncer.

Estudo recente ainda prova que a poluição do ar é uma das causas de infertilidade masculina, de acordo com o urologista Jorge Hallak, coordenador da Unidade de Toxicologia Reprodutiva e de Andrologia do Hospital das Clínicas da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), ligada à Secretaria de Estado da Saúde. 

Outra pesquisa diz que a poluição é uma das responsáveis pelo baixo peso de bebês ao nascer. Com foco em uma cidade de médio porte, pesquisadores da Unitau (Universidade de Taubaté) destacaram que o dióxido de enxofre e o ozônio podem causar às crianças problemas respiratórios e doenças cardiovasculares antes mesmo do nascimento.

Apesar desses danos, a legislação brasileira não dispõe de critérios para estabelecer limites desses poluente. Paulo Afonso de André, professor da USP e um dos coordenadores da pesquisa que projeta as 14 mil mortes em razão do atraso na implementação do combustível limpo, defende que não só é preciso estipular um limite para a poluição como também é importante discriminar o tipo de partículas.

– Às vezes, a quantidade de partículas na capital paulista é a mesma do litoral. A de São Paulo é geralmente danosa, porque vem de substâncias tóxicas como o enxofre. Na praia, é apenas sal.

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